quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Divagações XX

Aquele que se vê na potência e condição de ajudar o próximo - quando é de sua índole - o faz pelo simples prazer de ver tanto aquele que foi ajudado em situação ou condição melhor, tanto quanto serve para o próprio agente da ação como vigor ao seu espírito de nobreza; de fato não existe uma ajuda despretensiosa na mesma medida em que no melhor dos atos pode repousar alguma intenção oculta.
Entretanto a gratidão é, principalmente para aqueles que, de bom grado se fazem úteis e prestativos, cujos quais terão minha eterna benevolência e disposição - para muito aquém de qualquer ação ou benefício causados, isso porque o próprio ato em si mesmo - e aquilo que o impulsiona, carrega em si as qualidades que enobrecem tanto o agente quanto o que está em relação de reciprocidade.
No entanto, na mesma medida, o repúdio é assaz quando se faz presente o sentimento degradante de querer imputar aos outros a culpa, o cinismo de querer carregar feitos que não foram cometidos, ou cobranças sobre ações ulteriores; para estes reservo o meu desprezo e não há ação nenhuma que os mesmos possam realizar - no que tange a mim evidentemente - que possa reaver o respeito comungado, que foi perdido.
A essência das relações humanas é a mutualidade e, porquanto, mesmo os sentimentos torpes devem ser respondidos à altura - sem implicar necessariamente que se deseje o cometer, mas que é uma questão de ser equânime dar, no mínimo, aquilo que se recebe.
Miden Agan

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