terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Da Sabedoria do Guerreir

Uma das proezas da qual realizou o Governo das Sombras da Novo ordo seclorum no últimos milênios foi o de utilizar-se de um mecanismo natural do ser humano, engendrado por milhões de anos de depuração fisiológica, cujo qual na contemporaneidade dá-se o nome de instinto, mas que todavia opera nos cantos mais recônditos, inacessíveis, imperscrutáveis do espírito: os instintos são como uma espada afiada, com dois gumes penetrantes e que pode operar no sentido de assegurar, impetrar e lograr o êxito, tanto quanto impugna aquele que empunha, na medida em que seu uso é inadequado ou causa o opróbrio.
Em nossa humanidade tardia, condicionada e doutrinada (psico e fisicamente, ou seja, fisiologicamente pois o Logos é um desdobramento, independente de sua natureza inextrincável, do próprio Onto enquanto gerado pela sua natureza fisica e espacial) os possuidores do mundo detém um conhecimento amplo de como operam esses mecanismos, ademais entretanto, daqueles considerados inferiores - visto que aquilo que se supõe domínio deve estar em uma natureza manipulável de modo a não oferecer resistência além daquelas que são geradas pela seu próprio espectro de abrangência - e utilizaram desse próprio continuum do espírito para transformar o selvagem em domesticado, ou o intrépido e imprevisível em repetitivo, vulgar, débil e assaz.
A necessidade da violência, do combate, da ferocidade, do indómito, do vigorosamente impetuoso, é algo tão verdadeiro quanto o próprio respirar, e é a necessidade e desdobramento das forças da própria natureza, aonde a sobrevivência dita a essência do que é delicado e do imponderado, e que, em ambas as instâncias a morte e a necessidade de defender-se são movimentos inescapáveis, até mesmo para aqueles que se encontram em posição privilegiada, pelo exercer do Poder e Domínio.
O instinto de violência nessas condições não opera para nutrir o ser de uma carapaça envolta na necessidade de vida, do desdobramento dela enquanto ato de sobrevivência, mas surge do bojo obscuro da passividade da degeneração fisiológica contínua, da negação da própria violência enquanto a proclama enquanto uma instituição no espírito, vide o monopólio da força da nossa Era.
Mas como em todo movimento da Natureza, o ponto de equilíbrio se encontra nos próprios excessos ou carência, e a sua fúria é implacável e, mesmo com tais condições de degeneração de tudo o que vive: é justamente nesse momento aonde nascerão aqueles dotados do poder de preencher a lacuna existente, e essa natureza de seres serão os Campeões da Natureza, cujo reestabelecerão uma ordem de coisas aonde tanto a falta quanto o excesso serão debelados para os cantos mais recôndito de todas as naturezas doentes e débeis, e lá permanecerá, visto que tudo tem e, portanto, hora ou outra, encontra o seu lugar!
Gnothi Seauton

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