segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Divagações VII

É preciso saber rir, mas, antes de outra coisa, é necessário saber rir de si mesmo. Tudo o que somos é somente um amontoado de coisas risíveis, a própria idéia de "ser algo" é a mais risível das coisas; tal idéia é capciosa e nos faz rebelar contra todo o resto que julgamo-nos "não ser".

Estou rindo, em altas gargalhadas nesse momento de mim mesmo: eis o mais alto grau da intimidação do Ego, este "algo" que nos torna cegos, e em consequência disso, nos emudece.

Além disso, estou preferindo me recluir ao silêncio, pois proferir palavras pode ser perigoso, principalmente quando se profere "verdades" que vão de encontro com a idéia que temos de nós mesmos.

Aprendi a rir de mim mesmo, e por essa razão, agora, me basta o silêncio. Porquanto, não tenho nada a dizer, no mais, por um tempo me manterei no silêncio; pois são poucos os que realmente se pode falar e que saberão ouvir - é necessário saber rir-se de si mesmo, do contrário tudo nos parece ofensivo, e é melhor "o silêncio da hipocrisia, do que a verdade que vos é direcionada e nos atinge diretamente."