quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Divagações VIIII

Uma pessoa sensata nunca dirá "eu não temo nada"; porém, convenientemente em algum momento ela dirá: "não tenho nada a temer".

sábado, 30 de outubro de 2010

Divagações VIII - Do bom Filósofo

Um bom filósofo se reconhece por sua estirpe: está no modo de falar, pensar e no expressar - em todos os sentidos, tanto corporalmente quanto dialeticamente; todavia ambos se entrelacem - que desemboca na sutileza com que trata aquilo que diz.
Sua percepção, ao contrário dos intelectuais livrescos, é naturalmente apurada no sentido de ver questões filosóficas aonde elas estão - ou seja: em todo e qualquer lugar, e em lugar nenhum.
Torna-se, portanto, desnecessário - e até em certa medida é sinal de "má postura" - o tratamento de questões sempre pelo viés dicotômico, que vê filosofias aonde há Filosofia.
Tal sintoma não é ao acaso: trata-se de um resquício remoto de um iluminismo, que engendra-se na própria linguagem; e eis porque o bom filósofo, mesmo que limitado pela linguagem, apodera-se da poética - que ao meu ver é o que de melhor a linguagem pode nos oferecer, e também o seu lado mais belo - para deliberar sobre assuntos que, todavia é um todo holístico e considerável enquanto fenômeno.
No entanto, muitas vezes o bom filósofo deve permanecer em silêncio, - que em verdade é o que mais tem a "dizer" e também um reflexo de sua generosidade - mesmo que seu silêncio só seja de fato compreendido por ele mesmo e por pessoas de percepção igualmente apurada.
Em síntese, tal frase encerra um bom alvitre: não se pode aprender "filosofias", só se pode aprender a Filosofar.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Oração à Natureza

Que os seres que habitam este planeta continuem a viver.
Que o ar seja puro, e que os rios tornem-se novamente límpidos.
Que o mar seja azul assim como o azul do céu.
Que as núvens carreguem dentro de si a vida, e que elas a levem
Até os mais longínquos e inóspitos cantos do planeta.
Que a terra seja fértil e que todos que por ela caminham
Possam desfrutar livremente de tudo o que ela oferece.
Que as árvores permaneçam dando frutos e que seja assim
Enquanto for necessário para a manutenção da vida;
E que a sua variedade e beleza possa ser apreciada
Por quem quer que seja.
Que as Estrelas continuem a iluminar o céu da noite,
E que sua luz que vaga intrépidamente pelo universo,
Nos traga o sinal de que ela existe
Mesmo que ela já tenha cessado de existir.
Que todos os astros do céu continuem refletindo
A sua beleza e magnitude.
Que existam seres em outros planetas,
E que este planeta seja completamente diferente do nosso,
Para podermos saciar a curiosidade que assalta o nosso espírito
Diante de tais questões.
Que as galáxias não se separem e desapareçam
Até que algum ser a perscrute.
Que o próprio universo seja pequeno diante de tais constatações,
E que quantos universos que existam também tornem-se pequenos;
E que não exista demasiada perturbação do espírito
Diante de tal condição:
Pois, que, os seres aprendam que são parte de toda essa sublimação.
E que também possam entender que a interação do universo
É o que compõe a mais bela e fina harmonia da Natureza.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Novos ares...

Ausentei-me por um tempo. Decidi antes de me ausentar excluir este blog por algumas razões pessoais que não convém dizer; no entanto, o retomei.
Pretendia fazer algumas modificações nos textos, algumas atualizações e correções, mas resolvi deixar como está.
Eles representam talvez um estado de espírito no qual não mais me encontro, e talvez nem mesmo eu concorde com eles em alguns aspectos, mas eles de toda forma permanecem como memórias - talvez sobre um olhar ulterior - de um estagio menos maduro, ou talvez menos equilibrado, ou talvez nada disso.

Vou apenas deixar as coisas fluirem.

Eis-me aqui novamente.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Divagações VII

É preciso saber rir, mas, antes de outra coisa, é necessário saber rir de si mesmo. Tudo o que somos é somente um amontoado de coisas risíveis, a própria idéia de "ser algo" é a mais risível das coisas; tal idéia é capciosa e nos faz rebelar contra todo o resto que julgamo-nos "não ser".

Estou rindo, em altas gargalhadas nesse momento de mim mesmo: eis o mais alto grau da intimidação do Ego, este "algo" que nos torna cegos, e em consequência disso, nos emudece.

Além disso, estou preferindo me recluir ao silêncio, pois proferir palavras pode ser perigoso, principalmente quando se profere "verdades" que vão de encontro com a idéia que temos de nós mesmos.

Aprendi a rir de mim mesmo, e por essa razão, agora, me basta o silêncio. Porquanto, não tenho nada a dizer, no mais, por um tempo me manterei no silêncio; pois são poucos os que realmente se pode falar e que saberão ouvir - é necessário saber rir-se de si mesmo, do contrário tudo nos parece ofensivo, e é melhor "o silêncio da hipocrisia, do que a verdade que vos é direcionada e nos atinge diretamente."