quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Devaneios XXIIII

Sinto em minhas veias o pulsar da existência, cuja vivacidade e vigor refletem-se n'um estado de espírito, cuja natureza é igual a da Espada: afiada e perigosa, e que, quando bem manuseada demonstra-se na retidão do caráter do guerreiro, cuja sabedoria perpassa pelas camadas mais tênues do seu ser.
A saúde é o reflexo deste estado de espírito, que transborda e se faz necessária enquanto um ato de reciprocidade, mas mais pelo seu excesso (e portanto pela necessidade de "iguais") do que pela fraqueza do desejo de ser útil, enquanto necessário - eis a força da extirpe de homem com instintos autonomamente sadios e superiores.

Devaneios XXIII

As pessoas se dizem (ou se pensam) incapazes de cometer atos de violência, tornam-se passivas e, entretanto regozijam-se com a violência cometida pelo estado e suas instituições macabras.
Ninguém quer sujar as mãos, mas ficam todos expectadores da morte, como no coliseu romano, assistindo ao morticínio perpetrado pelos mecanismos sociais, no qual tem-se a ilusão da inocência, a ilusão de que também, através a passividade, não se está diariamente ceifando vidas de inocentes.

Devaneios XXII

Em nossa Era todo anseio por Justiça acaba Invariavelmente no ensejo por Sangue, Morte e Vingança!
Blood demands Blood...

Devaneios XXI

Respeito aquele que Honra o Domínio da Natureza sobre tudo o que vive e que, para tal o mantém enquanto um próprio movimento de preservação de si mesmo.
Quanto ao Reino dos Homens, é soberano o opróbrio e a miséria e por tanto não há nenhum sentimento senão aquele de desprezo e necessidade de extirpação, pois não há nenhum mal que se possa fazer ao próximo que não esteja engendrado pela própria forma de viver dos reles seres humanos e que os mesmos por mais que queiram se supor benignos são em si mesmo a própria encarnação da vilania.
Que venha o seu fim, para que novamente a tranquilidade da existência possa fazer algum sentido nesse planeta escondido nos cantos recônditos de nossa galáxia, que a miséria e o opróbrio se façam em escalas inimagináveis para aqueles de espírito fraco e coração brando suficiente para não observar em si mesmo o mal que consome a tudo e a todos.

Divagações XX

Aquele que se vê na potência e condição de ajudar o próximo - quando é de sua índole - o faz pelo simples prazer de ver tanto aquele que foi ajudado em situação ou condição melhor, tanto quanto serve para o próprio agente da ação como vigor ao seu espírito de nobreza; de fato não existe uma ajuda despretensiosa na mesma medida em que no melhor dos atos pode repousar alguma intenção oculta.
Entretanto a gratidão é, principalmente para aqueles que, de bom grado se fazem úteis e prestativos, cujos quais terão minha eterna benevolência e disposição - para muito aquém de qualquer ação ou benefício causados, isso porque o próprio ato em si mesmo - e aquilo que o impulsiona, carrega em si as qualidades que enobrecem tanto o agente quanto o que está em relação de reciprocidade.
No entanto, na mesma medida, o repúdio é assaz quando se faz presente o sentimento degradante de querer imputar aos outros a culpa, o cinismo de querer carregar feitos que não foram cometidos, ou cobranças sobre ações ulteriores; para estes reservo o meu desprezo e não há ação nenhuma que os mesmos possam realizar - no que tange a mim evidentemente - que possa reaver o respeito comungado, que foi perdido.
A essência das relações humanas é a mutualidade e, porquanto, mesmo os sentimentos torpes devem ser respondidos à altura - sem implicar necessariamente que se deseje o cometer, mas que é uma questão de ser equânime dar, no mínimo, aquilo que se recebe.
Miden Agan

Da Instrumentalização da Realidade

O ser humano contemporâneo possui um indissociável apego aos métodos que lhe garantem o seu status de poder e o utilitarismo do manuseio, tanto da própria natureza quanto dos outros seres humanos. A análise fenomenológica através de uma Ontologia saudável e reflexiva, que entende que os fenômenos da percepção são um desdobramento da própria Episteme do homem, de seu aparato cognitivo transformado em um modus operandi prático para penetrar as camadas da realidade, por assim dizer. Além do próprio Ethos que o condiciona num determinado espaço de tempo, impugnando a praxis desse todo e de tudo o que ele possa abranger.

Todavia a ciência de hoje (cuja semântica já é uma mera representação insuficiente e delimitante) nada mais é que o apego às próprias ferramentas que a constituem, e, em suma - como todo movimento o é - irrefletida de si mesmo não pode realizar qualquer transcendência, pois ela é em si mesma a negação da mesma, pela autoridade do que é sistemático e repetitivo, constituindo-se de uma petição de princípio, em sua própria essência.

Todavia a Sabedoria de todos os tempos, das mentes sãs e fisiologicamente\Filosoficamente vigorosas, sempre souberam que até mesmo os fatos mais profundos da Realidade podem ser vislumbrados pelo próprio movimento simples da Natureza, e que o apego a ferramentas, que são, em suma, apenas um juízo de valor - cuja valoração se encontra na própria potencialização dos próprios sentidos, é apenas o sintoma dessa necessidade, dessa Vontade de necessidade.

Esse mecanicismo é como um vício no espírito humano, que o corrói em suas estruturas mais íntimas e o faz negar aquilo que é auto-evidente para afundar o espírito no ceticismo e no imperscrutável, por buscas infindáveis que beiram as margens do inefável: uma busca ad infinitum que carregará o ser humanos para cantos obscuros, no qual não haverá nada a qual ele possa se apegar.

Divagações XVIIII

Toda a nossa cultura milenar está permeada pela noção de que o ser humano deve buscar "paz de espírito", e todavia, ao perscrutarmos os meandros ontológicos de tais condicionamentos veremos que, em última instância trata-se de uma sutil ferramenta para pacificar e admoestar o ser humano, tornando refém de seus próprios impulsos e resistências.
Eu, em contrapartida aceito de bom grado que é na própria perturbação, na alteração de espírito, no ímpeto da busca, da incessabilidade do espírito engendrado no mais alto grau de insatisfação com a condição de degeneração constante em que se processa no espírito humano - é nesse momento aonde se faz mais necessário uma recusa completa de tais instintos.
E, em última instância, fora do condicionamento meta-semântico-linguístico, não tratar-se-á de uma necessidade de rebeldia, visto que só se rebela aquilo que está dentro do paradigma, que é não somente o fruto, mas o desdobramento fisiológico deste: e, em suma, falo do próprio movimento oposto, vivificado pela necessidade de balancear as circunstâncias, que surge unilateralmente com a própria necessidade da Natureza de manifestar o seu vigor, na Saúde que resta dentre aqueles que ainda vivem nesse planeta.
Aqueles que carregam dentro de si o Chaos criativo da própria natureza do entendimento - não obstante da própria natureza fenomenológica da existência - estão sempre, limitados pelo seu Tempo, condicionados por épocas remotas, e, sempre, doravante, sendo a própria manifestação de todas as forças criativas e de equilíbrio, da mais alta extirpe, em toda a sua ingenuidade, enquanto meros seres mortais!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Da Sabedoria do Guerreir

Uma das proezas da qual realizou o Governo das Sombras da Novo ordo seclorum no últimos milênios foi o de utilizar-se de um mecanismo natural do ser humano, engendrado por milhões de anos de depuração fisiológica, cujo qual na contemporaneidade dá-se o nome de instinto, mas que todavia opera nos cantos mais recônditos, inacessíveis, imperscrutáveis do espírito: os instintos são como uma espada afiada, com dois gumes penetrantes e que pode operar no sentido de assegurar, impetrar e lograr o êxito, tanto quanto impugna aquele que empunha, na medida em que seu uso é inadequado ou causa o opróbrio.
Em nossa humanidade tardia, condicionada e doutrinada (psico e fisicamente, ou seja, fisiologicamente pois o Logos é um desdobramento, independente de sua natureza inextrincável, do próprio Onto enquanto gerado pela sua natureza fisica e espacial) os possuidores do mundo detém um conhecimento amplo de como operam esses mecanismos, ademais entretanto, daqueles considerados inferiores - visto que aquilo que se supõe domínio deve estar em uma natureza manipulável de modo a não oferecer resistência além daquelas que são geradas pela seu próprio espectro de abrangência - e utilizaram desse próprio continuum do espírito para transformar o selvagem em domesticado, ou o intrépido e imprevisível em repetitivo, vulgar, débil e assaz.
A necessidade da violência, do combate, da ferocidade, do indómito, do vigorosamente impetuoso, é algo tão verdadeiro quanto o próprio respirar, e é a necessidade e desdobramento das forças da própria natureza, aonde a sobrevivência dita a essência do que é delicado e do imponderado, e que, em ambas as instâncias a morte e a necessidade de defender-se são movimentos inescapáveis, até mesmo para aqueles que se encontram em posição privilegiada, pelo exercer do Poder e Domínio.
O instinto de violência nessas condições não opera para nutrir o ser de uma carapaça envolta na necessidade de vida, do desdobramento dela enquanto ato de sobrevivência, mas surge do bojo obscuro da passividade da degeneração fisiológica contínua, da negação da própria violência enquanto a proclama enquanto uma instituição no espírito, vide o monopólio da força da nossa Era.
Mas como em todo movimento da Natureza, o ponto de equilíbrio se encontra nos próprios excessos ou carência, e a sua fúria é implacável e, mesmo com tais condições de degeneração de tudo o que vive: é justamente nesse momento aonde nascerão aqueles dotados do poder de preencher a lacuna existente, e essa natureza de seres serão os Campeões da Natureza, cujo reestabelecerão uma ordem de coisas aonde tanto a falta quanto o excesso serão debelados para os cantos mais recôndito de todas as naturezas doentes e débeis, e lá permanecerá, visto que tudo tem e, portanto, hora ou outra, encontra o seu lugar!
Gnothi Seauton